Durante um mês e meio, o coletivo belga TimeCircus, composto por 21 artistas, viveu e trabalhou no Capelo, transformando o espaço da AvistaVulcão num verdadeiro laboratório de criação. Entre eles havia construtores, músicos, cenógrafos, designers, cozinheiros e até pescadores — uma comunidade artÃstica vibrante que trouxe nova energia e imaginação ao lugar.
Logo no inÃcio da residência, ergueram uma réplica da antiga Vigia da Baleia e transportaram-na até ao Costado da Nau, nos Capelinhos. Celebraram o Vulcão dos Capelinhos com uma festa inesquecÃvel, vestiram-se de baleeiros, criaram uma sala de cinema improvisada na Casa dos Botes do Porto Comprido, montaram um bar dentro de um barco e, claro, dançaram a chamarrita até ao amanhecer.
Mas a verdadeira obra-prima nasceu nas três últimas semanas da residência: a construção do Templo de Inspiração, um espaço de criação erguido em tempo recorde, feito com materiais recuperados e madeira de criptoméria. Este templo, voltado para o vulcão, será agora o coração das futuras residências artÃsticas da AvistaVulcão — um refúgio para artistas que procurem inspiração na natureza e na energia bruta deste lugar.
Foi um perÃodo inolvidável, fulgurante e profundamente transformador. O nosso espaço cresceu, a nossa vida expandiu-se e o lugar onde vivemos ganhou um novo sentido.
Não há palavras suficientes para agradecer a amizade, entrega, criatividade, generosidade e alegria de viver que todos deixaram aqui no Capelo.
Dajo, Gaelle, Bram, Tom, Sig, Jef, Lotte, David, Alex, Florence, Sarah, Sebastiaan, Griet, Charlotte, Ellen, Sven, Jasper, Johan, Sanders, Zoe e Saar... e, claro, Horsi & Flip!
Domingo, 26 de Outubro de 2025 no espaço da Avistavulcão: A Casa da Missão foi oficialmente inaugurado o Templo de Inspiração, construÃdo pelo colectivo belga TimeCircus em tempo recorde, durante 3 semanas. Eles próprios abençoaram o templo, com uma performance inesquecÃvel, seguido de um discurso emotivo, apelando ao espÃrito comunitário açoriano que tanto os inspirou servindo depois ao público presente um exuberante bufete de iguarias regionais com frutos exóticos e também aguardente feita no próprio templo, com fruta local fermentada durante o processo de construção. Este novo espaço servirá como local de trabalho e criação ao artistas em residência na Casa da Missão. Tudo está pensado ao intimo detalhe, com portas e janelas em todas as paredes para que luz natural ilumine a alma de quem o visita e nele possa trabalhar. Virado defronte do Vulcão dos Capelinhos, todos os adereços e pormenores fazem a simbiose entre o universo marÃtimo e a paisagem vulcânica. No total 21 artistas TimeCircus ajudaram a construir o Templo de Inspiração mas sem a ajuda dos amigos e parceiros nada disto seria possÃvel. Agradecemos a Resiaçores, a empresa Delfim Vargas, à sucata Almeida, à madeira da Gabriel Serração, à s paletas do Modelo/Continente, à Junta de Freguesia do Capelo e aos capelenses Nuno Rosa e Bruno Regelo. De resto a AvistaVulcão não tem palavras para agradecer a todos os membros do colectivo TIMECIRCUS, por toda a dedicação, alegria, amizade, criatividade e energia inesgotável e sobretudo a inspiração que ficará aqui na ilha para sempre!
O processo criativo passo a passo:
TEMPLE OF INSPIRATION, uma criação inspirada na arquitetura e nas paisagens açorianas, pretende ser uma homenagem à ligação histórica entre a comunidade local e a natureza envolvente e destina-se a ser um espaço dedicado à criação artÃstica numa zona rural e concebida com base nos valores de partilha, contemplação e conexão com o território.
As pessoas e os territórios que os acolhem são a principal fonte de inspiração para as instalações dos artistas, que sejam pequenas ou de grande escala, as criações distinguem-se sempre pela originalidade, pela utilização criativa de materiais disponÃveis localmente e pelo envolvimento ativo das comunidades.
Arte sustentável e a força do colectivo : madeira, ferro, janelas, paletas, bobines, árvores, canas e ainda almoços, jantares, vejas, sargo, boca-negra, aguardente, música e amizade
O objetivo é valorizar os recursos que o território oferece, integrando-os de forma criativa e consciente no processo artÃstico.
Trata-se de um trabalho profundamente contemporâneo, que convida à reflexão sobre questões urgentes do mundo atual, como os desafios ambientais e a importância da inclusão e da diversidade social. Ao mesmo tempo, é uma criação profundamente humana e é através da força do coletivo que se torna possÃvel projetos de maior escala e impacto.