Cam Stass é uma pintora e ilustradora belga cujo universo artístico mergulha no mundo dos sonhos. Com uma estética delicada e poética, a sua obra dá vida a composições que harmonizam formas, cores e elementos naturais, evocando cenários oníricos e profundamente simbólicos. Formada pela Académie des Arts de la Ville de Bruxelles, Cam Stass pinta desde murais de grande escala, telas e ilustrações inspiradas nas suas viagens pelo mundo. Atualmente, a sua pesquisa foca-se na relação entre o movimento e a mudança – duas forças que alimentam a sua paixão por viajar e descobrir novas culturas. Com um percurso internacional e comunitário, já deixou a sua marca muralista na Bélgica, Gana, Senegal e Ilhas Canárias, e dinamizou oficinas artísticas para crianças e jovens em diversas regiões da Europa, África e América Latina.
Cam Stass escolheu os Açores como cenário para a sua nova jornada criativa. Ao longo de um mês de residência, entre Abril e Maio 2025, a artista percorreu as ilhas do Triângulo – Faial, Pico e São Jorge – a pé, de boleia e de barco num processo de imersão total na natureza e no quotidiano insular. Através de encontros, observações e partilhas, o seu trabalho busca refletir a singularidade do arquipélago e o seu imaginário profundo.
A proposta desta residência artística parte de um olhar sensível sobre as ilhas do Triângulo — Faial, Pico e São Jorge — e da vontade da artista de revelar, através da pintura, a essência que as une. Inspirada pelo nevoeiro e pelos jogos de luz que transformam a paisagem, pelas pequenas criações da natureza e pela ligação profunda entre o ser humano e o mundo natural, Cam Stass propõe uma obra que celebra a beleza e o mistério destas ilhas. Através de um tríptico — três paineis de madeira pintados com tinta acrílica — elementos característicos de cada ilha surgem entrelaçados, ao ponto de se tornarem inseparáveis, acompanhados de tradições comuns às três. A artista pretende transmitir esse ritmo de vida sereno, marcado pela ligação entre os habitantes e a natureza, bem como o espírito de comunidade que dá vida a cada ilha – o coração que sustenta esta forma de viver insular.
A obra estabelece um elo visual e simbólico que convida à reflexão:
“O que verdadeiramente une estas ilhas?
E como podemos, enquanto comunidade, fortalecer esse elo?”
AMARRAS, a obra criada em residência pretende transmitir o ritmo de vida sereno das ilhas, guiado pela natureza, pela proximidade com o mar e pela força da comunidade. Embora cada painel possa ser apreciado isoladamente, só quando unidos revelam plenamente o seu significado — tal como as ilhas, que, apesar das suas singularidades, se tornam mais fortes na união. Pensada para ser exposta no espaço público, resistente às intempéries e com vocação itinerante pelas ilhas do Triângulo, a obra será exibida ao ar livre em locais simbólicos: os farois das três ilhas.
AMARRAS de Cam Stass,
OBRA EM ITINERÂNCIA NAS ILHAS DO TRIÂNGULO E EXPOSTA NOS FARÓIS DE FAIAL-PICO-SÃO JORGE DURANTE O VERÃO 2025.
Uma instalação de pintura tríptica em acrílico sobre madeira, concebida para ser exibida ao ar livre junto aos faróis das três ilhas. A obra estará em exposição durante o mês de junho no Farol da Ribeirinha, no Faial. Em julho, seguirá para o Farol da Ponta da Piedade, no Pico, e em agosto estará no Farol da Ponta dos Rosais, em São Jorge. Em setembro, regressará ao Faial para ser exibida no Farol dos Capelinhos.
A obra é pensada para ser exposta no espaço público e integrado na paisagem natural, mais especificamente, nos farois das três ilhas, por serem locais emblemáticos que simbolizam a união — entre as ilhas, entre o homem e a natureza — e permitem um maior acesso do público à arte. Esta opção cria também um circuito artístico que valoriza simultaneamente a paisagem local e os farois, abandonados ou em ainda em functionamento, enquanto património regional. Os habitantes e os visitantes poderão apreciar a obra durante quatro meses no total, ao longo de todo o verão, sendo colocada um mês em cada farol: a inauguração é feita no Farol da Ribeirinha (Faial), seguindo depois para o Farol dos Rosais (São Jorge), e posteriormente para o farol na Ponta da Ilha (Pico). Por fim, a obra regressará ao lugar onde foi criada —no Capelo, sendo exposta no Farol dos Capelinhos — encerrando o seu percurso com um ciclo completo entre as ilhas do Triângulo.