68.º Aniversário da Erupção do Vulcão dos Capelinhos
Roteiro Cultural pelo Trilho dos Baleeiros
AVISTAVULCÃO: A Casa da Missão (espaço cultural baseado no Capelo, na antiga Casa da Missão Científica portuguesa que estudou a erupção do Vulcão dos Capelinhos em 1957-58), em parceria com a Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, o Geoparque Açores, a Junta de Freguesia do Capelo, e a Associação Amigos do Farol dos Capelinhos, convida-vos a participar na festa de celebração do 68º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos, que terá lugar no próximo sábado, 27 de setembro, a partir das 15h na área circundante do Vulcão dos Capelinhos.
Este ano, o programa tem como foco a histórica da Armação Baleeira do Porto do Comprido, relembrando e renovando as memórias dos baleeiros e suas famílias, vindas de várias ilhas dos Açores, que ali viveram e trabalharam até 1957, pouco antes da erupção que transformou para sempre esta paisagem.
Inspirados por esta transumância insular convidamo-vos a embarcar connosco num roteiro cultural a pé, seguindo o Trilho dos Baleeiros, que se inicia na Vigia do Costado da Nau e termina na Casa dos Botes. Ao longo do percurso, serão realizadas diversas atividades culturais e artísticas : instalações, concertos, projeção de filmes e exposições.
Entre os destaques deste ano:
Construções, Instalações e performance artísticas do coletivo belga TIMECIRCUS, que prometem surpreender e provocar reflexão;
A presença da Fanfarra Artista Faialense, que acompanhará todo o percurso do trilho
Um concerto de cordas no Farol dos Capelinhos, com a estreia mundial da peça “Whale Suite”, composta por Florence Henry e Saar Van de Lest, em colaboração com músicos do Conservatório Regional da Horta;
A divulgação do livro "Capelinhos: Fotobiografia de um Vulcão", com imagens de Luís Decq Mota e José Agostinho;
A projeção do filme icónico "Os Homens da Baleia" de Mário Ruspoli, filmado em 1956, que retrata o quotidiano da Armação Baleeira antes da erupção, seguido de conversa popular.
E ainda uma exposição na Casa dos Botes, caldo de peixe, petiscos e baile para encerrar a celebração.
Será uma jornada de memória, arte e partilha num dos lugares mais simbólicos dos Açores. Traga os seus amigos e a sua vontade de celebrar connosco esta história que é de todos.
Contamos com a sua presença!
Celebrar a histórica Armação Baleeira do Porto do Comprido.
"O Porto Baleeiro dos Capelinhos situado no extremo oeste do Faial, foi durante décadas um ponto vital para a caça à baleia nos Açores. Protegido por falésias e formado por uma antiga escoada lávica, este porto abrigava mais de 200 pessoas nos meses de Primavera e Verão, vindos de várias ilhas, um caso único nos Açores de transumância insular, com 21 botes, 7 lanchas, casas de apoio, armazéns e até um botequim.
A Armação Baleeira foi ativa entre 1884 e 1957, ano em que o vulcão entrou em erupção e forçou o abandono abrupto do local. Desde então, muitas destas memórias ficaram soterradas sob as cinzas do vulcão." in Casa dos Botes, Capelo
No dia 27 de Setembro a vigia do Costado da Nau vai renascer das cinzas pelas mãos dos artistas em residência TIMECIRCUS. As 16horas, inauguração da nova instalação com performance.
Anatomia de uma Vigia da Baleia em movimento.
No dia 27 de Setembro de 2025 à tarde, data de aniversário do Vulcão dos Capelinhos, mais de uma centena de pessoas juntaram-se para transportar uma réplica da mítica Vigia da Baleia do Costado da Nau que teve de sair do seu lugar para não mais voltar devido à erupção submarina dos Capelinhos.
68 anos depois a Vigia da Baleia regressou ao seu lugar transportada pelos filhos simbólicos desses baleeiros açorianos, num acto colectivo agregador da comunidade de grande simbolismo. O colectivo TimeCircus que construiu a estrutura não queria que se a visse já no seu lugar final mas sim que a população e os participantes se sentissem envolvidos e implicados, em conjunto, pela sua recolocação. Nesse movimento, no qual tivemos de nos cansar e de nos esforçar para a transportar com as próprias mãos, cada um pôde criar uma relação pessoal com a nova Vigia da Baleia.
ironicamente tinha sido a partir desta Vigia, lá no alto onde a ilha acabava, que se tinha avistado o primeiro borbulhar no mar de um novo Vulcão a nascer...
Uma produção da AvistaVulcão: A Casa da Missão com o colectivo TimeCircus e Artista Faialense em BALEIA VULCÃO | Festa de Aniversário Vulcão dos Capelinhos | Roteiro Cultural | 27 Setembro 2025.
Parceiros Freguesia Do Capelo, Ambiente Açores Cultura Açores, Azores Geopark, Parque Natural da Ilha do Faial, Amigos do Farol dos Capelinhos
Obrigado a todos os que participaram!
Imagens Still de Florian Fischer e Gonçalo Tocha, powered by Behind the Mask
Inaugurada a nova Vigia da Baleia do Costado da Nau, continuámos o percurso até ao Farol dos Capelinhos, onde podemos ouvir a estreia mundial da peça "Whale Suite" composta por Saar Van de Leest e Florence Henry e interpretada pelos músicos do Conservatório Regional da Horta, Cláudio Cruz, Ana Maria Rosa e Ema Gonçalves. O deck do Farol ficou cheio, o contrabaixo, o vilolenclo, o saxofone e a sonoplastia aquática envolvia o público ao mesmo tempo que o colectivo TimeCircus com as suas surpreendentes instalações artísticas - feitas unicamente com materiais locais recolhidos no Capelo - servia comida - diz-se que era carne de baleia!
No Centro de Interpretação ofereceu-se o bolo de aniversário antecedido por um discurso emotivo da Diretora Regional do Ambiente, Drª Ana Cristina Rodrigues.
A Fanfarra Artista Faialense reiniciou o percurso, cruzou a paisagem do vulcão como um eco hipnótico das memórias baleeiras ao mesmo tempo que 4 pessoas os enquadravam com uma lona fotográfica da explosão do Vulcão dos Capelinhos.
Na memória fica a interpretação da Fanfarra do tema "A morte do arpoador" que surge no filme "Os Homens da Baleia", filmado em 1956 com os baleeiros do Comprido e que foi exibido na Casa dos Botes, numa sala completamente cheia. No debate falou João C.Pinheiro, filho de baleeiro, José Deck Mota, Luis Bicudo e Filipe Porteiro.
Fora da casa dos Botes o bar já servia bifanas, confeccionadas pela Liseta Furtado, já servia o afamado Caldo de Peixe, confeccionado por Vitor Mota, e as cervejas e o vinho da terra rolava entre todos.
Os baleeiros, que corajosamente carregaram a vigia nos braços, podiam finalmente descansar e bailar.
A filarmónica sentava-se e, pela primeira vez na história - diz-se - tocava uma Chamarrita com sopros e metais! O baile foi mandado pelo Vitor Borges e familia e continuou pela noite fora numa discoteca montada na cinza do vulcão, com o barco Maria da Conceição a servir de cabine ao leme doa DJs Doski e Rubi Tocha.
A Aldeia Baleeira do Comprido voltou a viver, nem que seja só por um dia!
Domingo 12 de Outubro, na AvistaVulcão: A Casa da Missão também decorreu a projeção das imagens da procissão da nova vigia da baleia do Costado da Nau.
Projeção video em continuo das 13h as 20h, na Video-Tasca da Casa da Missão (a nossa antiga garagem carro de boi renovada em Black Box!)
É só estacionar o carro e entrar! Um aperitivo será servido.
Todos são bem vindos
A vontade dos artistas de criar uma estrutura móvel não é apenas uma escolha estética: é uma homenagem viva à tradição da nossa própria comunidade. Antigamente, as estruturas de vigia eram montadas e desmontadas todos os anos, erguidas apenas durante a época da caça. Ao recuperar essa lógica de construção temporária e itinerante, o projeto estabelece uma ponte entre memória e criação contemporânea.
Para o coletivo belga Timecircus, esta abordagem faz também parte de um percurso já longo de trabalho comunitário desenvolvido em vários países — Bulgária, Grécia, Bélgica, França — onde se tornou quase uma tradição construir estruturas ambulantes movidas exclusivamente pela força humana.
No caso da nova Vigia da Baleia do Costado da Nau dos Capelinhos, a ideia nasceu há três anos, de um sonho partilhado entre o Timecircus e o Avistavulcão ao imaginarem juntos o projeto AVISTAR. Hoje, com a instalação Baleia Vulcão, concretiza-se o primeiro passo desse sonho maior — um percurso que continuará com novas réplicas na ilha do Pico e em São Jorge.
Agradecemos a todos os que acreditaram que tal performança artística coletiva era possível; a todos os que participaram na construção da instalação; a todos os que ajudaram com força física e moral a carregar a vigia até ao topo do costado da nau; e a todos os que permitiram celebrarmos juntos este evento popular e coletivo e especialmente ao coletivo TimeCircus que tornaram o sonho realidade : Sebaastian, Zoe, Tom, Griet, Bram, Sig, Dayo, Saar, David, Gaelle e Florence.
Até para o ano!